A
democracia que nasceu em berço grego e ofertava ao cidadão a sua capacidade
plena de decidir, opinar e discutir assuntos relacionados aos de uma
determinada cidade Grega. Contudo, a democracia direta não foi efetiva e
excluía os direitos dos escravos, estrangeiros e das mulheres. Ora, se poucos
possuíam o poder de fato, então podemos pensar na impossibilidade dos
interesses, naquele contexto, terem sido considerados universais. Logo,
utilizar o termo democracia seria, no mínimo, falacioso. Posso pensar
que qualquer semelhança com o Brasil atual não é mera coincidência, ressalvando
as proporções devidas.
A
democracia é o poder ou governo do povo, onde o caráter de se tornar
institucional vem da vontade e o consenso da maior parte, que vai até as urnas
e elege seus representantes. Contudo, estamos em um país onde se assume a
palavra democracia, mas vemos muitos rasgando a Constituição com a finalidade
de beneficiar-se agindo como se fossem ‘os donos do poder’ e, o mais grave,
tentando passar para a sociedade a ideia de que vivemos num país democrático.
Diante
disso, fica fácil acreditar que o poder que emana do povo é apenas teoria,
pois, se o Estado existe, é tão somente por conta do cidadão, para servi-lo e
não ao contrário. Mas, desgraçadamente, o que vemos é outra realidade, qual
seja: um modelo dito democrático totalmente questionável esse adotado no
Brasil: pobreza atraindo pobreza, péssima distribuição de renda, desigualdade
de tratamento oferecido pelo Estado Brasileiro aos ricos e aos pobres e uma
corrupção manifestada em todos os meios.

Nesse
cenário, é preciso favorecer a ampliação de órgãos que representem a sociedade
civil, organizações que defendam os interesses de setores da coletividade. Já
temos muitos, mas precisamos de mais força, como a OAB, sindicatos,
associações, mutirões, grupos sociais diversos para difusão da participação
popular, levando à esfera competente a obrigação de a vontade geral ser
efetivada, bem como exigir transparências das ações e controle das
arbitrariedades e abusos cometidos. Sendo assim, provavelmente conseguiríamos
construir uma sociedade com justiça social e verdadeiramente democrática.
E
para você, vivemos em democracia?
Juliana
Soledade
Crônica publicada no Jornal A Região no dia 30 de Julho de 2016
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