Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

14 de maio de 2016

Sobre o mar

Eu amo o mar e preciso começar o texto com essa afirmativa: sim, eu amo o mar.

Tomei o primeiro banho de mar com poucos meses de vida, não sei se o choro foi de medo ou emoção e desde então nunca mais nos abandonamos. Cresci beirando o litoral, sempre banhada com água salgada, na praia era água de mar, longe dela era o suor e lágrimas.

Vovô me fez ser corajosa: ensinou-me a remar, incentivou a mergulhar e me doutrinou a respeitá-lo; a ouvir os seus sinais, a rezar sem dizer uma só palavra; a deixar a areia enterrar os pés com as marolas. Eu não conheci outra pessoa tão apaixonada pelo mar quanto Vô, e devo os primeiros ensinamentos a ele.

No mar eu desatraco do cais de meus limites e me ponho a navegar em rumos desconhecidos, no entanto, absurdamente familiar. No mar eu sou concha, sou marola, sou loca de pedra e peixe. No mar eu tenho vida. A dor sempre parece menor e o amor sempre se esparrama. A nossa relação é tão profunda, íntima.

Há alguns anos tatuei uma gota na perna que apesar de existir dois grandes significados, um deles é referenciando o mar, a santa água salgada, que me acalma e me transforma.

A água quando chega à cintura me sinto uma sereia pronta para navegar rumo ao lar novamente. Um sorriso escancarado e os olhos fechados para ouvir o que ninguém entende: os seus signos, as suas dores, os seus amores. Um mergulho vale como um abraço, o vai e vem de ondas é um passo de dança.

No último final de semana tive a oportunidade de mergulhar com cilindro no Porto da Barra em Salvador, desejo antigo. Após uma semana de vento forte e chuva, o mar ficou turvo e agitado, mas não menos encantador.

Com equipamentos de segurança e um instrutor capacitado, encaramos a imersão. Poderia reafirmar sobre a beleza do mar, sobretudo do fundo de suas águas, mas prefiro dizer que o mar jamais será incrivelmente lindo se não for com prudência e cuidado, e isso a equipe do Submerso SUP Dive tem de sobra. Bons equipamentos e profissionais competentes faz toda a diferença.

Com Robson fui uma sereia liberta. Entreguei-me a respiração serena e as nadadeiras ritmadas. Ali onde reina beleza, com uma infinidade de cardumes de peixes, corais e cavalos marinhos. Fomos inteiros, completos.

A maré sempre recua clamando saudade. Eu sempre vou embora querendo ficar, querendo morar bem em frente ao mar. Sou pertencente à água salgada. Consinto com Dorival Caymmi, “era doce morrer no mar”, porque a cada volta parte de mim fica por lá...


Juliana Soledade

Crônica produzida para o Jornal A Região publicado no dia 14 de Maio de 2016

Contato da Submerso Sup Dive (71) 
3035-3095 / 98705-6860 - Localizado no Porto da Barra, Salvador/BA.

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