Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

5 de dezembro de 2015

O Impeachment e o Brasil


O Brasil no seu quarto mandato consecutivo no comando do PT, e diretamente abraçado por Lula, embarcou em um caos, uma anarquia instalada sem ter dia marcado para sair do abismo que estamos nos afundando.
Como numa falência múltipla de órgãos, sabemos que a oposição também não é capaz de marcar presença com um plano de governo sustentável. Não existe luz no fim do túnel. Enquanto de um lado um índice de popularidade baixíssimo e uma economia indo de mal a pior, do outro, participações em fraudes e pouca vontade de ser diferente, como se a grande maioria estivesse com o carimbo de corruptos profissionais.
Não me fale em eleição através de um processo “legitimo e democrático” quando não permitem que esse processo seja apurado e verificado abertamente. Ser democrático não é aceitar apenas o jogo que nos interessa, democracia tem regras, e precisamos aceitar o resultado final, por mais que não seja a nossa preferência.
Ser a favor do impeachment não é pedir que Aécio assuma a cadeira, muito menos exigir imediatamente uma nova eleição. Ser a favor do impeachment é declarar contrariedade às tantas omissões de irregularidades de uma presidente que foi escolhida para representar o povo. A possibilidade do impeachment é para tirar do poder aquele que de forma comprovada cometeu crimes de responsabilidade previstos na Constituição Federal e na Lei de Responsabilidade Fiscal. 
O processo não é simples, terá um longo caminho pela frente. Precisamos aguardar a continuidade ou o arquivamento do processo, para isso, votações desgastantes. E de acordo o artigo 79 da nossa Constituição Federal, quem vai assumir o cargo em caso de condenação, é o vice-presidente, Michel Temer.
Escutar um pronunciamento da Presidente afirmando que recebeu com indignação a decisão é no mínimo imaturo. Desde 2013 que pessoas vão as ruas, não para serem vistos como direita ou esquerda, mas sim uma multidão contra o sistema. Desde 2013 a voz do povo clamando por mudança. Porém não clamem pela prisão de Dilma, ela jamais poderá ser presa enquanto não for condenada criminalmente pelo STF.
Sabemos das tantas mentiras ditas na época das eleições: nos direitos dos trabalhadores que não seriam mexidos, nas tarifas que não seriam aumentadas brutalmente, na inflação do preço do combustível, dos juros, da energia. Ela, a presidente, prometeu o controle dos impostos e isso não entra no processo de impeachment.
Neste processo versa sobre questões fundamentadas: atos contra a improbidade administrativa; atos contra a lei orçamentária, a famosa pedalada fiscal que ganhou tanta repercussão esse ano; atos contra o cumprimento das leis e das decisões judiciais; e crime contra a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos. Nada além desses pedidos pode ser discutido neste momento. Sobre qualquer outra irregularidade, deverá ser aceito um novo impeachment.
Importante ressaltar, que enquanto Cunha autorizava o processo do impeachment em rede aberta, o sabido Congresso Nacional aprovava um projeto de Lei que permite o governo finalizar o ano com déficit no orçamento. Sabe o que isso significa? Que hoje este excesso de gastos está legalmente autorizado. E provavelmente, os jornais ainda discutirão por semanas sobre a possibilidade dessa legitimidade em ambos os processos.
É um fundamento a ser discutido no âmbito jurídico, moralmente falando, não há parcialidade naquele que autorizou o processo de impeachment. Cunha é um politico corrupto, interesseiro e mentiroso do nosso país. Parcialidade, sabemos que não há. Por outro lado, uma nação que estava aguardava ansiosamente este momento.
Quanto a nós, eleitores-cidadãos-contribuintes, é preciso ir às ruas, mostrar em massa as nossas manifestações populares, para quem sabe, provocar a renúncia de quem pouco nos favorece.
Apenas para resumir, nem Cunha, e muito menos Dilma estão na linha mais correta da politica. É como ver o ladrão querendo bancar o detetive. É como se politica fosse a arte da meia verdade conveniente.


 Crõnica produzida para o Jornal A Região publicado no dia 05 de Dezembro de 2015

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