Trocar o discurso no desfile
de sete de setembro por uma mensagem na internet foi uma das inúmeras
bizarrices de nossa presidente. Não satisfeita, fechou o desfile com um muro de
aço e se manteve a quilômetros de distância do povo que elegeu. Dada a palavra
para início do desfile, vaias intermináveis.
Custei a acreditar que o dever
cívico que sempre se vestiu de verde e amarelo, passou para a vergonha
escancarada adornada de preto. Como numa via de mão dupla, perdemos o respeito
e ridicularizamos uma figura pública que representa a nação. Passamos a
protestar pela água, pela comida e pela dor alheia. Criminalizamos o sistema.
Após as eleições, as
promessas são de aumento de impostos e serviços básicos, diferente do período
eleitoral, onde o fantástico mundo de Alice no país das maravilhas parecia alcançável,
hoje o cumprimento das juras são realidades pesarosas, como uma penitência
violenta.
Dilma provou que a vaca pode
tossir, penalizando a classe trabalhadora e diminuindo os direitos que foram
garantidos por anos de luta, inclusive pelo partido militante que ela representa.
Articulações maquiavélicas
contra o povo, para suprir um rombo gigantesco que beneficiou poucos
escolhidos. Delações premiadas que tiranizam com capacidade intelectual de
muitos.
Das três notícias da semana
que assombram: a suspensão de concursos públicos, congelamento do ajuste dos
servidores e a sugestão da nova CPMF, em contrapartida, carros luxuosos são
substituídos no Senado. Se a esperteza é crucificada, na política é requisito
obrigatório.
A moeda nacional desvalorizada,
as obras do PAC são suspensas, cortes nas mil e umas bolsas do governo. A
gasolina só aumenta, a bandeira continua vermelha na conta de luz, contenção no
FIES e tem greve em diversos setores. É, meus caros, a travessia será longa, já
que até o gás não aguentou a pressão.
Como num jogo de xadrez, os
peões já caíram, cavalos, bispos e torres são derrubados lentamente, restando
apenas à rainha para proteger a sua majestade. Como no tabuleiro, o rei está em
xeque.
Juliana Soledade
Crônica produzida para o Jornal A Região, do dia 19 de Setembro de 2015. Categorias: Brasil, crônica, democracia, Itabuna, Jornal, Juliana Soledade, política, publicação