Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

6 de abril de 2015

Inesperado


O inesperado é que carrega a consciência para onde quer, levando o foco para uma agitação só deles e tão necessária. Absurdamente necessária. O desejo suga todos os pensamentos e realiza todos, um a um.

O desejo é avassalador. Braços, pernas, cabeça e tronco, uma mera sugestão de corpos que se camuflam, aconchegam, e se esgotam. E, justamente neles que se encontram juntos um no outro. Só se vê chama ardente pelos olhos, já os corpos tão cobiçados, faíscam no escuro.

Boca seca, sedenta de outra língua. Um desejo voraz que aumenta involuntariamente, alimentando-se de outro corpo. Tão urgente como uma dor – que não faz doer, mas implora -, não há como negá-lo. Não há como evitar, é preciso satisfazer urgente. Esfregando a pele nos lençóis, contraindo todos os músculos. Uma sensação de fogo invade a carne viva, provocando uma série de desregrados espasmos. 

Não se importam de onde vem, som da sua voz, o que traziam em sua mala, ou a comida preferida. Não se importaram tampouco com as músicas escutadas, ou as roupas que vestiam. Não queriam nada disso, apenas tragavam desejo e se reconheciam na multidão. Isso apenas bastava

Juliana Soledade

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