Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

4 de abril de 2015

Adeus necessário

Querido,
Eu não sei mais em qual rio você navega, ou qual a dor do seu playlist. Não sei se a calça anda combinando com a camisa, ou o cinto com o sapato. Não sei se ainda continua com aquela mania de obrigar que o outro se cale com a sua última palavra. Não me importa mais a falta das noções gerais de assuntos simples. Não me faz diferença se é apenas um disfarce ou a mentira travestida de homem. Não me interessa mais, desde o nosso primeiro e último adeus.
E, por mais que digam que quem perdeu foi você, acredite, quem perdeu fomos nós. Perdemos a oportunidade de ter evitado o encontro de o primeiro olhar, o calor do primeiro beijo. Perdemos a possibilidade de calar ao invés de sussurrar as inúmeras juras de amor, nunca cumpridas por ambos os lados. Perdemos um valioso tempo sucumbindo medos e anseios. Perdemos a nossa real necessidade de permitir a aurora com quem de fato amamos.
Confesso que nunca havia desfeito de nenhuma lembrança de outros relacionamentos, diferente do nosso, em que eu tive a necessidade de abandonar tudo numa encruzilhada, apenas para esquecer todo o sofrimento que passei ao seu lado. Picotei e queimei as fotos. Apaguei e bloqueei o seu número da agenda. Desfiz a amizade nas redes sociais. E criei um filtro sobre você, é como se nunca tivesse existido.
E nesse desespero todo, eu assumo, estou liberta. Ainda bem que existe branco e preto para disfarçar esses dias transfigurado de chuva. Escrevo apenas para atestar o quanto me fez mal e afirmar que a paz voltou a fazer as pazes comigo.
Um adeus necessário de quem nunca te amou,
Janaína

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário