Era diante a paisagem de montanhosa de Minas Gerais que os passos se reencontraram. Uma marcha dedilhada na entrega e sensatez. Alguns meses de programação, uma troca incessante de mensagens virtuais, além das fotos sensuais compartilhadas, um desejo desmedido para a consumação de toda a rendição prometida.
Homem e mulher aquecidos por uma atração alimentada
diariamente. Sem resistência ao arrebatamento, sem cordas e sem amarras. Uma tentação coberta de apego e ambição unida a um único propósito: provocar o derramamento de sonhos na realidade.

No corpo completamente nu, ela dançava em chamas. Um comichão de atitudes desritmadas, uma predileção de vontades próprias. Tudo ganhava nome, a ortografia bailava junto do vai-e-vem progressivo. Beijos e desejos. Sexo e prazer. Rendição e febre. Luxúria e gozo. Uma dedicação mútua de entrega.
Nas montanhas todo esse querer era como um poço sem fundo, onde sabiam mergulhar de cabeça. Todo o resto aqui não existe apenas ilusão ainda cutuca os ombros de ambos.
Ele que com um tiro certeiro de cupido atingiu o local exato: o coração. Nada mais foi como antes. E agora, fruto de lembranças insaciáveis, questionam-se:
- Como pode haver vida depois do amor?
Juliana Soledade
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