Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

29 de agosto de 2014

Encontro

Tudo começou num lindo dia frio e chuvoso, quando saíam do jardim do museu Dom Pedro II. Tinha justamente atravessado o espaço central do parque, onde naquela tarde de inverno reluzia a água da fonte, quando, cruzaram os portões laterais, surgiu uma rua larga, na qual nunca tinha sido visto antes. Por sua largura e imponência, decidiram sair por ela.
Escolheram o lado esquerdo - pois nele havia maior incidência do sol - e caminharam até o ponto de partida para os novos rumos. De um lado, a despedidas de amigos, do outro, um coração que tão acelerado provocava taquicardia. De repente, o palácio foi diminuindo de tamanho, os passos firmes feito bússola seguiam entre ruas e avenidas para uma nova aurora.
O metrô abarrotado de pessoas foi o meio de condução até parte do caminho, na sequência, andanças norteadas por ruas com prédios modernos, algumas casas com janelas francesas, e quanto mais se aproximava, mais forte o coração golpeava no seu peito.
Um rapaz com cheiro de vento aguardava essa moça de andar apressado, não somente ela abreviou os afazeres, ele nada produzia por dias, unicamente aguardava essa visita. Aquele homem barbudo foi observado do modo mais hipnótico possível. Depois, sentados próximos num café, juntaram-se rosto com rosto para uma fotografia, faíscas inundavam os corpos. Ficaram tempos se mirando e trocando palavras desconexas, um encantamento desleal. Um traumatismo desgovernado, uma pista dos impulsos seguintes, o verdadeiro arrebatamento sentimental.
Ali não eram mais dois independentes, passaram a declarar a dependência afetiva, todos os dias.

Juliana Soledade

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