Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

5 de novembro de 2013

Nós

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Imagem daqui!
Lá no nosso cantinho, com o nosso jeito, conversávamos e nos entendíamos muito, falávamos dos nossos filhos, da politicagem, da violência e das especulações como plano de fundo. Por outras tantas vezes sequer trocávamos uma palavra, atravessávamos cidades em silêncio, não era o que mais apreciava nele, as vozes de nossos diálogos me faziam bem. Ele gostava de mexer em meus cabelos, de fazer cafuné lentamente, mexendo com os meus instintos lânguidos, eu gostava, me rendia aos encantos, ficávamos na cama de casal, onde tinha uma janela colorida, ou no sofá da sala, prostrados, com a cabeça em seu colo para ter o seu carinho, em mim ou nele, sentindo as pontas dos dedos massageando meu corpo, por vezes roçava o seu rosto no meu, apreciando uma coceirinha maliciosa, aliciando uma urgência infindável, desmedida, descabida de tão aprazível. Raros momentos como estes, em dueto, olhos nos olhos, sem discurso, não havia incoerência ou contradição, não havia nada além da expressão de arte de nós dois. Eu me despejava naquele carinho, no toque, me desenganava completamente entre o afago e o beijo...



Itabuna, 5 de Novembro 13

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