Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

12 de fevereiro de 2013

Pode passar carnaval!



Acordei de madrugada, sem boas ideias do que fazer naquela hora. Fui ler, terminei um livro, “Jorge 100 Anos Amado” de Daniel Thame, as palavras ganharam voz e melodia, me fizeram meditar ao fim do livro, encerrei as páginas, sem as esperadas ideias. Fechei o livro. Almejava que, ao menos, elas contribuíssem com alguma coisa.  Ledo engano.

Voltei a repousar, era apenas o que me restava. Amanheci face a face com o notbook e, antes de abrir a janela, já estava assinando o Impeachment do Presidente do Senado: Renan Calheiros, protestei silenciosamente pela milésima vez sobre a violência na cidade, critiquei os músculos de Gracyanne Barbosa na página da globo.com, falei mal da Cláudia Leitte e elogiei Ivete Sangalo. Baixei todos os e-mails e respondi o mais importante. Vestido leve e sapatilha, combinação magistral para um dia pós-insônia. Saí de moto, vento na cara, céu azul, sem nuvens. Chegando à empresa, três ligações urgentes, confirmei dois pedidos, algumas centenas de e-mails, programei vencimentos e muitos impostos a pagar.

O tempo correu, respondi a todos os emails, fiz algumas dezenas de ligações, cumprimentei quem se diz ser gente, bebi água, dispensei o almoço. Acolhi com carinho uma SMS que ao fim perguntava se estava bem, indaguei silenciosamente e não respondi. Pela ausência de resposta, o fulano liga e minha reação fora fugir do assunto principal e envolvê-lo com outros, ao menos isso consegui.

Talvez eu seja uma pessoa complicada, pensei. Talvez eu seja apenas uma pessoa. Talvez me falte um pouco de encanto. Quem sabe, me falte um pouco de firmeza para seguir com minha opinião. Ou talvez, fosse um dia para não achar nada. Ser mecânica.

Dias atrás estava tão certa de algumas opiniões, que seria capaz de mudar o mundo com elas. Dias passaram e eu nem sei mais o que queria. Hoje eu sei: pé de serra e natureza, próximo ao mar, por favor.

Segui o dia sem pensar no que fazia, unicamente executava. Evitei perguntas difíceis e atividades exaustivas. “Segunda-feira eu resolvo”, era a minha resposta. Ao ir embora, deparei com o dia em poente. A cidade esvaziava-se, é carnaval.

WhatsAap vibra: “Vamos para Salvador?”, perguntava. “Não, ficarei por aqui”, assim respondi. “Por quê?”, “Eu quero paz”. Finalizei desejando boa sorte.

Para muitos, agito e diversão.  Para mim, uma chuva literária, orgia de letras, livros um após o outro sendo devorados. Quanto à paz, ainda busco.
Beijo, bom carnaval!

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