Ela ansiosa, a mãe
nervosa, a Vó agoniada e o Vô passando tranqüilidade.
Tudo estava bem, senão fossem os coraçõeszinhos apertados a
cada dia que sentíamos o dia chegando, mas esse momento chegou e Maria com
vontade de tomar logo o sorvete depois da cirurgia, até o instante de vestir a
roupinha, touca e sapatinhos, e entrar em desespero ao ver a médica -
muuuuuuuito paciente, com a sua trupe de enfermeiros. A cena da minha menina
cortando o corredor do centro cirúrgico chorando, e clamando: - Mamãe, minha
Mamãe me ajuda, Mamãeee fica comigo. Foi aterrorizante, digno de bastante choro,
regado a muita Ave Maria rezada no terço, até reencontrá-la novamente.
As horas da pós-anestesia, e da recuperação inicial foi
estranho, diria medonho. Só que nossa Maria surpreende a cada dia com tamanha
sua força e coragem. Ela consegue mostrar o tamanho da sua fortaleza mesmo
sendo tão pequena.
O soro no bracinho, a agonia para dormir, a falta de paciência
e o medo de falar, marcaram esta passagem. O medo de médico, enfermeiros e todos
de jaleco branco continuam, com toda certeza.
Só que o carinho de tantos amigos e parentes foi fundamental.
Tantas ligações, tantos recados, e-mails, mensagens, demonstrações de afeto, presentes, visitas e o afago necessário, fizeram com que minha guerreira fosse mais forte.
E eu, como uma boa mãe babona, só tenho a agradecer a cada um, pessoas de tão
longe, se fizeram tão perto e pessoas de tão perto, ficaram ainda mais perto. Até
a Avó, não perdeu tempo e veio logo colocá-la a perder com tanto dengo.
Toda mãe deseja que seu filho seja querido e amado, e depois
disso eu não tenho mais dúvidas do quanto ela ocupa um lugar bonito dentro do
coração de muita gente.
Foto: Milena Palladino |