Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

14 de agosto de 2012

Prisioneiros dos flanelinhas?


Desde o fim da zona azul em Itabuna, que a guerra dos “flanelinhas” se alastrou de maneira assustadora na cidade. Ameaças, brigas e muita confusão, caso não pague a gorjeta por ter supostamente olhado o teu veículo. O exercício ilegal de profissão passa notoriamente despercebido pelos olhos da polícia e da prefeitura. Os flanelinhas ou guardadores de carro amedrontam pessoas de paz e bem.
Além de colecionar passagens pela polícia por furto e roubo na grande maioria dos casos, a cobrança de um serviço não solicitado normalmente vem acompanhado de ameaças implícitas. Quando não se contentam com o valor pago pelo “devedor” a maneira de intimidar acaba sendo mais drástica e violenta, afinal é do conhecimento de todos que, por muitas vezes, o flanelinha pratica violências diretas ao condutor, sejam físicas ou verbais, quando não causam danos ao veiculo.
Em tese não se pode legitimar uma apropriação de um espaço público e muito menos efetuar cobrança imposta por um particular. Porém, esta atitude é visivelmente ignorada e de total ineficácia na repressão de delitos decorrentes da atividade ilícita, pois, de origem regular, mas que constitucionalmente é atribuído aos órgãos estatais, que pouco se importam para bem estar do contribuinte. Que aqui entre nós, um serviço além de desnecessário, eles, os flanelinhas, poucos se propõe a fazer de fato. Necessário mesmo seriam profissionais habilitados e capacitados, com tabela de preço fixo, com profissão regulamentada e legal, porque não habilitar os flanelinhas? A responsabilidade dessa habilitação seria do poder público?
Mesmo que a formalidade não aceite a exploração de estacionamento em vias públicas, elas estão loteadas e cheias de ‘donos’ que se auto-intitulam proprietários dos locais de maior movimento, causando muitas vezes entre eles, brigas e discussões, de forma violenta e em alguns casos, fazendo o uso de armas, em ambiente público, a vista de todos.
O uso de drogas por eles, em pleno centro da cidade também assusta muito. De diversos tipos e espécies, somos obrigados a presenciar e prevê a reação indeterminada.
           Apesar de toda esta enorme reprovação da sociedade em vista a essa abordagem injusta e cotidiana, inexistem condutas de repressão e fiscalização. Não vemos uma atitude direta dos órgãos competentes. Contudo, em momentos de alto grau de ameaça e/ou violência aplicada, a atitude da Policia é deter e liberar logo em seguida, retornando aos seus ‘pontos’, e que sempre revolta a população pelo descaso do poder público. Apenas reprimir não é solução, é necessário pensar na inclusão e justiça social, fiscalizar, oferecer também qualidade de vida, combate eficiente contra as drogas. Contudo, será que eles estão dispostos a mudar ou levar esta vida é preferência?
Resolver a problemática talvez seja difícil do que os ‘doze trabalhos de Hercules’, porém tento incansavelmente acreditar que um dia isso pode mudar.

Juliana Soledade graduanda do curso de Direito

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

Enquanto as mudanças não acontecem, ficamos reféns de situações como essas, e pior se pagamos estamos colaborando com uma situação que tende cada vez a ficar pior, se não pagamos o que nos pedem, ficamos no prejuízo dos danos que causam aos carros. Quando que veremos uma politica justa com projetos e soluções??? Porque como esta chega a embrulhar o estomago.... e revoltante

Caro Anônimo, política é diferente de politicagem.
Enquanto este joguinho mediocre de interesses estiver sendo valido teremos isto: Uma sociedade injusta, muitos culpados e nenhuma solução.

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