Quando me pego realizando os pequenos sonhos da pequena, percebo o poder que tenho em mãos, poder de fazer feliz aquela que gerei, e que será para sempre uma continuidade minha, é de fato ter uma imensa responsabilidade.
De repente percebo os cantarolar de uma menina que engoliu ‘a agulha da vitrola’ seja na garupa da moto, seja no banco de trás do carro, seja na companhia de quem lava a louça, ou como a minha ajudante no trabalho, com a voz de formiga que nunca para de conversar.
Brincar e voltar a ser criança, aniversário de bonecas, ensinar a andar de bicicleta, ajudar a ler, esquecer as horas com uma diversão, não tem preço. Viajar e ‘cair no mundo’, é poder compartilhar um prazer mutuo.
Nós mães, vivemos criando regras, exigindo metas e prazos, criando um mundo de condições – Se não almoçar direitinho não come a sobremesa; senão tomar banho não vai brincar, é um saco ser criança, Maria sempre burburinha: Mamãe é chata. Mas basta sentir uma dorzinha para gritar com toda sua força: Mamãaaaaaaaaaae ta doendo!
Mas é da Mãe chata que ela tenta criar limites, parecendo gente grande: Da faculdade pra casa, vai na rua mas não demora, não ‘voa’ no pára-quedas, anda devagar, não dorme muito, e a mãe teimosa, sempre desobedece.
Ser mãe realmente é sentir falta da companheira nos momentos em que estou distante, é conseguir dormir com uma criança agarrada e revezando com pés no rosto e leves pontapés na barriga, é sentir saudade quando não se pode dormir juntinha.
Mas a real gratidão de ser filha, só aparece quando se é mãe, perceber a submissão e a competência só é valorada quando se caminha pela mesma estrada.
Obrigada Mainha, por ter me dado a vida.