Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

11 de junho de 2016

Que dure apenas enquanto fizer bem


Amadurecer significa abandonar algumas certezas e frear alguns atos e emoções. Não faço mais questão de altar e vestido de noiva, tampouco de uma aliança com generosas pedrinhas de brilhantes. Isso não me deixa enlouquecida. Não mais.

Em tempos de liquidez, amor com compromisso é ouro, isso me faz feliz. E não precisa de registro no cartório ou testemunhas no altar. Serenidade é encontrar a paz com felicidade, sem qualquer formalidade definida. É ter confortáveis braços a se entregar, é ter certeza de que não necessitamos de provas ou argumentos para atestar que um tem o outro.

Aprendi a abrir mão de determinados festejos para manifestar a minha ou a felicidade somada. Quando guardamos em segredo, aliviamos o martírio de alimentar a curiosidade alheia. Quem conhece intimamente, entende o amor e isso é o suficiente. Os não tão chegados percebe o brilho nos olhos. Isso basta.

O juízo assina uma parceria com o equilíbrio quando percebo que não procuro mais um marido, um namorado ou alguém para chamar de meu numa cerimônia pomposa. O tempo nos apresenta o significado da palavra companheiro, e de forma harmônica proporciona lealdade e união. Ser companheiro é excluir os rótulos e completar institivamente o outro sem insistentes cobranças.

Os presentes caros não me são importantes, a minha importância nos dias do outro é que sempre me fizeram ser diferente. Não são fotos, registros, ou comemorações em dias especiais que nos fazem melhor. A diferença se completa em ser ‘sequestrada’ em uma sexta à noite e ser devolvida despretensiosamente numa segunda-feira pela manhã direto no trabalho com a alegria evidente no rosto. Não quero fotos de sorriso forçado ou declarações na asa de um avião. Quero lembranças, partilhas e entregas, sempre!

Evoluir me fez perceber que eu nunca estive verdadeiramente em busca de um marido para seguir protocolos. Os insucessos de duas tentativas convieram para evidenciar que a vida partilhada com as tantas regrinhas quebradas é mais muito leve.

Amadurecer é também compreender que o eterno seja somente o que tiver que durar, enquanto nos fizer bem. E dentro de toda a serenidade das nossas vidas, desejar ser apenas de uma única pessoa.

Feliz dia dos namorados-companheiros-xodós-amasiados!

Juliana Soledade

Crônica produzida para o Jornal A Região publicada no dia 11 de Junho de 2016.

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário