Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

1 de junho de 2016

Lá na AFI..

Iniciei os meus estudos naquele colégio, ainda bem pequena. Foi ali que dei os meus primeiros tombos, que aprendi a rabiscar, desenhar e escrever. Foi ali que aprendi o que era autoridade longe de casa, entre muitos puxões de orelha e pisões no pé, entre castigos de olhar para a parede ou escrever milhões de vezes a mesma frase. Foi ali que aprendi a pular o muro, a descobrir esconderijos e a matar aula. Foi ali que aprendi a ser encrenqueira, a manipular os colegas e fazer ser temida. Foi ali que aprendi a rezar, que me tornar conhecida e que aprendi a ler.

O Colégio Ação Fraternal reúne os meus primeiros passos na vida; dos bons aos ruins, sem distinguir. Dali saíram amigos, saberes e sabores para a minha existência. E mesmo sem frequentar a sala de aula todos os dias, indiretamente continuo adicionando diariamente novos aprendizados. 

Foi na AFI que me permitiram sonhar. De onde saíram os meus primeiros escritos, e lá mesmo foram eternizados. O meu primeiro livro saiu desse colégio, na antiga terceira série. Foram poemas e poesias reunidos. E posso dizer que foi na AFI que também me ensinaram o que é ter sonhos realizados. Tem coisa melhor?

No último dia 25 de maio tive a oportunidade de me reunir entre uma meninada animada para falar sobre literatura, justamente nesse colégio que sempre fui acolhida com os braços e coração aberto.

Ouvidos atentos à oportunidade de ter os seus primeiros contatos com escritores, com olhos que mal piscavam; é incrível como existe a mágica de poder conhecer aqueles que lemos – e admiramos – seja qual for o estágio de vida. Para eles memória, para nós memórias também. Os olhos cintilam independentemente da posição em que estamos.

Confesso que a melhor parte não é ser somente escritora, o mais gostoso é saber que entre milhares de olhinhos curiosos tinha um par de olhos negros brilhando em minha direção, e burburinhando com os coleguinhas ao lado: - é minha mãe!


Nessa arte de juntar palavras eu me transformo todos os dias.  E Quem diria que tempos depois eu me tornaria a escritora mais realizada que possa existir? Bom, ninguém diria, nem eu.

Juliana Soledade

Crônica produzida para o Jornal A Região publicada no dia 28 de Maio de 2016.

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