Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

5 de março de 2016

Quem somos?

Tornamo-nos independentes, essa é a verdade. Não precisamos de motorista, de trocador de lâmpada ou de acompanhante no estádio. Sem autorizações para o trabalho externo ou uma viagem inesperada.

Somos mais machos do que muitos machos por aí. E não falo apenas de força física, eu falo é de força intelectual mesmo. De aguentar o tranco com o combo: trabalho + estudo + manter a casa em ordem + ser mãe, e muitos casos mãe e pai. Sim, isso é bem normal, mas não é fácil.

Essa nova geração é capaz de chorar uma noite inteira, mas acordar refeita na manhã seguinte, encarar o patrão, os percalços, o pneu furado ou ônibus lotado no início do dia.

Somos criadas para ganhar o mundo. Para viajar sem medo. Para entender bem de diversas culinárias, tipos de queijos e vinhos. Para mergulhar no amor, na decepção e na amizade, e se não der certo, sacudir a poeira e ir em frente: “let’s go”.

Estamos aprendendo que a violência, ameaça e a perseguição não nos prende em um casamento. Que as dores não devem ser sucumbidas, e sim postas à mesa, discutidas, dialogadas e resolvidas.

Aprendemos diariamente que ficar sozinha não significa ser mal amada. Estamos adultas, seguras, firmes, sabendo na maioria das vezes exatamente para onde vamos. E se não souber, o coração aponta. Ele nunca erra!

Uma geração incrível de mulheres inteligentes o bastante para dirigir o próprio veículo, tomar uma bebida qualquer num balcão de boteco, e conquistar aquele almejado cargo de chefia, e por que não ser dona do próprio negócio?

Cicatrizes no ventre, marcas de estrias, inúmeras celulites, as linhas do rosto, feridas de guerras combatidas. Não queremos viver anos em formol e SPA para fingir que estamos vivemos.  Mulher é coragem, luta e determinação. Mulher de verdade é quem carrega o mundo nas costas com milhares de tarefas adquiridas para manter a vida conjugal, a vida profissional, o equilíbrio emocional, tantos desamparos e ainda sorrir com um bom batom sobre os lábios femininos.

É do nosso ventre que nascem todos os homens machistas, todos os heróis, todos os guerreiros, do nosso íntimo recinto que carregamos as primeiras histórias de vida deles, delas, nossos...


Somos nós que fornecemos o leite materno, nós que ninamos, nós que amamos como mãe, um amor que transcende barreiras e abandona os sinais do tempo. O sagrado em corpo feminino. Mas antes de mãe, nós somos mulheres!

Juliana Soledade

Crônica produzida para o Jornal A Região publicado no dia 05 de março de 2016

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