Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

24 de março de 2016

Deu Zika!

Como nos proteger de uma doença que assola sem dó nem piedade, e cada vez mais mutante. O governo entrega dezenas de insinuações possíveis sobre o caso; os hospitais acolhem os doentes a torto e a direita, que se antes já sofriam com superlotações e qualidades limitadas, o que poderá se dizer com a atual situação? O que temos são apenas especulações, suposições, e hipóteses das mais divers
as.

No início a microcefalia era ligada a Zika, depois mudaram de opinião e culparam a vacina de rubéola, o larvicida, em seguida retornaram para a tal Zika, descartaram e voltaram a crer que tamanho problema está ligado com um mosquito tão pequeno, minúsculo.

A indústria farmacêutica está lucrando com os remédios paliativos, com a venda excessiva de repelentes e as farmácias assim como os hospitais sempre lotados, falta pouco para distribuir senha de atendimento.

Num intenso desafio de viver, as gestantes sustentam o medo e vive um drama surreal, as crianças microcefálicas guerreiam num mundo incompleto e inseguro para elas. É bom fazer lembrar que o governo federal, quiçá estadual ou municipal estão acolhendo as crianças com microcefalia, bem como as famílias. Uma total falta de assistência. E isso é documentado diariamente nas mídias.

Uma coisa é inegável, o Zika vírus é fruto de uma doença que evoluiu na incompetência de uma saúde preventiva eficiente. Não sabemos quando essa onda de epidemia vai cessar. São mais de 4.000 casos de bebês com microcefalia. E não é apenas um cérebro menor do que o aceitável são crianças com inúmeros comprometimentos, que incluem a visão, audição e uma síndrome muito mais grave do que podemos imaginar.

Vivemos fugindo do mosquito como o diabo da cruz. Não sabemos quando as mulheres poderão voltar a engravidar com segurança, não sabemos do abalo em nossa imunidade e nem garantias sobre uma doença que surgiu entre nós em menos de um ano.

Diante da situação de risco e de informações ambíguas, só nos resta uma boa dose de cautela. E torcer para que com a chegada do inverno e condições climáticas mais amenas, possa diminuir a proliferação do mosquito e a sua infestação.

Mas quem apontar como o causador num país de baixa escolaridade, em grave crise econômica, níveis insatisfatórios de saneamento básico, uma falta absurda de água e prestação de saúde vergonhosa. É difícil apelar para o otimismo.


Não há relatos de uma virose transmitida por mosquito se disseminou tão depressa na história recente da humanidade. Faz medo, meus caros.

Juliana Soledade

Crônica produzida para o Jornal A Região publicado no dia 24 de março de 2016

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