Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

19 de novembro de 2013

Semeando um futuro – Parte I


 Já faz um ano que nos vimos e meu estoque de saudades está superacumulado. Você aparece e desaparece como Cinderela, parece impossível chegar ao seu alcance.

Preciso lhe contar sobre as minhas singularidades deste último ano, entre elas vivi com um homem argentino. Desde o primeiro momento revelei a ele sobre alguém, que em algum lugar, ocupa uma grande parcela em mim. Seu nome foi preservado, mas senti a necessidade de registrar a sua existência, por mais que me obrigasse a tirá-lo dentro de mim, mas era o mesmo que velejar contra o vento, não foi possível dissocia-lo de minha vida. Vivi o pior dos romances sem amor, uma continuidade sem sentido, uma circunstância passível quando dois carentes se encontram. Amar, apenas você querido. Amo tão somente você.

Estou retornando de Buenos Aires, quando estive próxima a você tentei falar-lhe por vários dias, infelizmente tentativa vã. Possivelmente estava fora. Sua assistente atendeu-me, foi reticente e eu não quis insistir.

Cada vez que falo em Lisboa rio sozinha, fazendo lembrança de quando nos conhecemos, entre um café quente e outro, trocando informações daquilo que nos atrai. Relembro outro momento que fiquei te observando sozinho, perdido na imensidão do transito da cidade grande, habilidoso e atencioso. Procurava em seus gestos um pouco mais de desejo (e querer), mas não percebi.

Outra vez enquanto almoçávamos, procurei me colocar perto. Você pouco reparou em meus olhos, ávidos de lascívia, possivelmente estive ansiosa em demasia. Tudo tão inesperado: atraso de translado, falhas na comunicação, compromissos inadiáveis... Mas meus olhos sobre os seus, repletos de ambição, buscando um pretexto para tê-lo em meus braços.

Tudo o que eu queria era conversar ainda mais contigo, saber mais. Sabemos muito pouco um do outro, como se já nos conhecêssemos há bastante tempo. Neste dia em que almoçamos, atrapalhei sua agenda profissional e acabamos deliciando um maravilhoso vinho chileno.

Desde o primeiro momento identificamos afinidades, entre uma palavra e outra tive vontade de carregá-lo comigo; doce, sensível e maduro, essa é a ponte que me liga a você por tanto tempo. Pude sentir a força que emanava de você a contar do primeiro abraço. Fui tomada de imediato encantamento. Duvidava do amor à primeira vista. E conseguia duvidar que pudesse amar outra vez, e assim se vão tantos anos!

O mistério ronda aos mais próximos, alguns vivem me oportunando, querem saber quem eu tanto amo em segredo,  e o motivo que ainda não me liguei seriamente com alguém. Por que eu não tive filhos? Por que não me casei outra vez?

Fui feliz com Ziven, consigo compreender meu sucinto tempo com ele, serviu-me como uma terapia para expulsar os demônios que me cercavam, passei a me reconhecer melhor, abrandando os segredos que habitavam em meus porões, tornando-os menos agressivos. Alcancei equilíbrio, hoje sinto paz.

À medida que fui me reconhecendo, abri várias moradas que eu escondia e passei a relacionar com elas como se fora velho amigo. Não sei por que enveredei por estes assuntos tão meus, mas posso dizer tudo o que sinto: estou pronta para você!

Venha sonhar comigo e achar na esperança mais significado para nossas vidas. É ela, além do amor, o sentimento que nos impulsiona a começar tudo outra vez.

Espero, meu amor, que nosso mar de indefinições tenha se dissipado nas faixas de luz que deixamos escapar de nós.

Preciso contaminar-me de você, até breve!


Stella

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