Dia das mães e sem post aqui no blog
para agradecimentos e felicitações pela data, apesar do estado de saúde nada
bem que eu me encontrava, foi totalmente intencional.
Neste dia, apenas algumas SMS, sem
ligações e sem tantos festejos.
Recebi uma SMS de uma amiga, que de
fato tem haver com a realidade: “Não se
iluda, esse dia das mães é só pra amenizar um pouco o trabalho que filho dá o
ano toooooodo! Kkkkkk! Feliz dia, Mamãe. Beijos, Manu”. Respondi dizendo
que estava de acordo, infelizmente ainda não posso desejar o mesmo, mas espero
que seja breve, viu Manu?
A realidade é obvia: filho dá trabalho,
requer paciência, educação, amor, serenidade e muita dedicação, mas é muita
mesmo.
Grávida aos 17 anos, sequer imaginava a
trabalheira que eu teria ao longo dos dias, abdico muito dos meus sonhos para
passar a sonhar junto com ela e não me arrependo, Maria é uma companheira,
viajamos e aproveitamos juntas, somos amigas e sabemos curtir bastante em
cumplicidade. Ela é uma princesa que me ensina o que é amor, o que é
serenidade, o que é ter paciência, não é a toa que ela sempre diz “calma
mãe, calma, devagar.” Ou “Mãe, peraê, me deixa terminar de falar
primeiro”. E são incontáveis às vezes em que recebo um bilhetinho, ou
um desenho demonstrando o seu amor e a sua satisfação por ser minha filha. Eu
me derreto e muito. E se eu me arrependi de ter gerado essa princesa? A resposta é óbvia, eu sou mais dependente dela do que ela de mim.
Quando vejo os pais que rejeitam os
seus filhos fico completamente transtornada e esbravejo dizendo que filho
não pediu para nascer. Ser mãe ou pai é se entregar no crescimento, nas
fases, nos aprendizados, nos erros, nas ‘coisas feias’, nas alegrias e em
tantos momentos que eles nos fazem enxergar o mundo com outros olhos.
Ser mãe me coloca numa condição de
constante crescimento, em todos os aspectos, sou transformada em uma mulher
mais serena, é disso que eles precisam: serenidade para encarar os tantos
desafios que surgem. Claro, ainda tenho muito a aprender, a estrada é longa e
eu ando pegando no tombo.
E eu brigo, coloco de castigo, corrijo, educo, dou umas palmadinhas vez ou outra. E amo, amo, amo.
Me pego em lágrimas ao vê-la lendo, escrevendo cartinhas, ao tomar decisões, ao receber aquele abraço apertado no momento em que eu mais precisava, ao entrar debaixo das cobertas no meio da noite me agarrando. Choro de alegria. Eu gerei, eu ofertei a vida, e hoje, encontro uma criança enorme serelepe e cheia de vida. É quase inacreditável como somos capazes de ter o dom da vida. É humano, normal, mas é lindo.
Ontem, no consultório da dentista após
algumas idas para conciliação com o jaleco branco e na tentativa de perder um
pouco do medo que a cerca, foi onde me enxerguei na tarefa verdadeira de ser
mãe. Percebo que SER MÃE não pertence APENAS as alegrias, os risos, as
brincadeiras, os passeios... SER MÃE é sofrer junto, é permitir que o coração
bata fora do corpo, é manter-se ao lado mesmo diante a inquietação ‘das brabas’
perante a médica e não abandoná-la, é ficar ao lado, conversar, impor limites,
conversar de novo, ter pulso firme e tentar incessantemente mostrar o caminho
correto.
Mesmo com o insucesso na dentista, que
foi altamente paciente e profissional, não deixei de ser menos mãe por não alcançar
o propósito, tenho que observar as limitações dela também, apenas impor não é
aplicação necessária. Bom senso, cautela e prudência sem perder a sanidade
mental e psicológica faz parte do processo. E ampará-la no desenvolvimento faz
uma diferença enorme.
Compreendo aos poucos que viver na
função de ser mãe é lançar as sementes para que elas floresçam, se tornando bons frutos
no futuro.
E quando avisto pais (leia-se: pai ou
mãe), que demonstram total desinteresse no progresso do seu descendente, fico
realmente revoltada. Pais que sequer se interessam se acordaram, se adoeceram,
que não pensa no lazer, não se preocupam com uma alimentação devida e entregam
os seus filhos ao mundo e logo mais os problemas sociais começam a aparecer.
Apesar de toda a complexidade em
carregar uma função que demanda dedicação e atenção, tenho certeza que a minha
Maria é bem auxiliada. Ainda quando é excluída de um convívio onde ela deveria
fazer parte, eu como mãe de verdade a acolho e faço sem muita dificuldade o
papel de quem deveria ser presente, porque aqui ela tem amor, ela tem o melhor
amor do mundo.
Para as mamães de verdade, feliz dia das mães,
todos os dias!
Para minha Maria, obrigada por eu ser a
sua mãe!