Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

22 de maio de 2013

Feliz dia das mães, todos os dias


Dia das mães e sem post aqui no blog para agradecimentos e felicitações pela data, apesar do estado de saúde nada bem que eu me encontrava, foi totalmente intencional.

Neste dia, apenas algumas SMS, sem ligações e sem tantos festejos.

Recebi uma SMS de uma amiga, que de fato tem haver com a realidade: “Não se iluda, esse dia das mães é só pra amenizar um pouco o trabalho que filho dá o ano toooooodo! Kkkkkk! Feliz dia, Mamãe. Beijos, Manu”. Respondi dizendo que estava de acordo, infelizmente ainda não posso desejar o mesmo, mas espero que seja breve, viu Manu?

A realidade é obvia: filho dá trabalho, requer paciência, educação, amor, serenidade e muita dedicação, mas é muita mesmo.

Grávida aos 17 anos, sequer imaginava a trabalheira que eu teria ao longo dos dias, abdico muito dos meus sonhos para passar a sonhar junto com ela e não me arrependo, Maria é uma companheira, viajamos e aproveitamos juntas, somos amigas e sabemos curtir bastante em cumplicidade. Ela é uma princesa que me ensina o que é amor, o que é serenidade, o que é ter paciência, não é a toa que ela sempre diz “calma mãe, calma, devagar.” Ou “Mãe, peraê, me deixa terminar de falar primeiro”. E são incontáveis às vezes em que recebo um bilhetinho, ou um desenho demonstrando o seu amor e a sua satisfação por ser minha filha. Eu me derreto e muito. E se eu me arrependi de ter gerado essa princesa? A resposta é óbvia, eu sou mais dependente dela do que ela de mim.

Quando vejo os pais que rejeitam os seus filhos fico completamente transtornada e esbravejo dizendo que filho não pediu para nascer. Ser mãe ou pai é se entregar no crescimento, nas fases, nos aprendizados, nos erros, nas ‘coisas feias’, nas alegrias e em tantos momentos que eles nos fazem enxergar o mundo com outros olhos.

Ser mãe me coloca numa condição de constante crescimento, em todos os aspectos, sou transformada em uma mulher mais serena, é disso que eles precisam: serenidade para encarar os tantos desafios que surgem. Claro, ainda tenho muito a aprender, a estrada é longa e eu ando pegando no tombo.

E eu brigo, coloco de castigo, corrijo, educo, dou umas palmadinhas vez ou outra. E amo, amo, amo.   

Me pego em lágrimas ao vê-la lendo, escrevendo cartinhas, ao tomar decisões, ao receber aquele abraço apertado no momento em que eu mais precisava, ao entrar debaixo das cobertas no meio da noite me agarrando. Choro de alegria. Eu gerei, eu ofertei a vida, e hoje, encontro uma criança enorme serelepe e cheia de vida. É quase inacreditável como somos capazes de ter o dom da vida. É humano, normal, mas é lindo.

Ontem, no consultório da dentista após algumas idas para conciliação com o jaleco branco e na tentativa de perder um pouco do medo que a cerca, foi onde me enxerguei na tarefa verdadeira de ser mãe. Percebo que SER MÃE não pertence APENAS as alegrias, os risos, as brincadeiras, os passeios... SER MÃE é sofrer junto, é permitir que o coração bata fora do corpo, é manter-se ao lado mesmo diante a inquietação ‘das brabas’ perante a médica e não abandoná-la, é ficar ao lado, conversar, impor limites, conversar de novo, ter pulso firme e tentar incessantemente mostrar o caminho correto.

Mesmo com o insucesso na dentista, que foi altamente paciente e profissional, não deixei de ser menos mãe por não alcançar o propósito, tenho que observar as limitações dela também, apenas impor não é aplicação necessária. Bom senso, cautela e prudência sem perder a sanidade mental e psicológica faz parte do processo. E ampará-la no desenvolvimento faz uma diferença enorme.

Compreendo aos poucos que viver na função de ser mãe é lançar as sementes para que elas floresçam, se tornando bons frutos no futuro.

E quando avisto pais (leia-se: pai ou mãe), que demonstram total desinteresse no progresso do seu descendente, fico realmente revoltada. Pais que sequer se interessam se acordaram, se adoeceram, que não pensa no lazer, não se preocupam com uma alimentação devida e entregam os seus filhos ao mundo e logo mais os problemas sociais começam a aparecer.

Apesar de toda a complexidade em carregar uma função que demanda dedicação e atenção, tenho certeza que a minha Maria é bem auxiliada. Ainda quando é excluída de um convívio onde ela deveria fazer parte, eu como mãe de verdade a acolho e faço sem muita dificuldade o papel de quem deveria ser presente, porque aqui ela tem amor, ela tem o melhor amor do mundo.

Para as mamães de verdade, feliz dia das mães, todos os dias!

Para minha Maria, obrigada por eu ser a sua mãe!


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