Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

21 de maio de 2013

Como se situa a família no meio pós-moderno?


Questionar os novos relacionamentos é sem dúvidas, adentrar nas organizações parentais, que antes definida apenas com a expressão ‘família’, hoje admitida pelo próprio Código Civil em vigor no nosso ordenamento jurídico como um vocábulo em diferentes sentidos, apresentando tratar-se de uma palavra plurívoca, não unívoca.

Avaliar os processos que permeiam as organizações familiares, de modo que, torna-se singular a aprendizagem sobre diversos conceitos em alguns dos pilares envolvidos como os morais, psicológicos, jurídicos, emocionais e religiosos, que é de tamanha magnitude e interessa toda a sociedade brasileira.

Perrot (citada em Farias, 2001, p.1) destaca “o que gostaria de conservar na família no terceiro milênio são aspectos mais positivos: a solidariedade, fraternidade, ajuda mútua, os laços de afeto e o amor. Belo sonho”. Refletir com o autor é indagar até onde se compreende o individualismo no novo modelo familiar, como podemos interpretar o ‘Belo sonho’? Questionamento este que é necessário, baseado na análise do sujeito pós-moderno que se dispõe com uma conveniência em tratar o seu bem-estar e felicidade como pilares individualistas, que se torna diferente daquele que fora compreendido como em total comunhão em tempos passados.

Segundo Adrienne Burgess e as promessas de compromisso, escreve (citada em Bauman, 2004, p. 28), “são irrelevantes a longo prazo”. Ora, os compromissos se tornaram viáveis até o momento onde deixará de ser ‘lucro’. O relacionamento citado na pós-modernidade abandona-se o pilar religioso e encrua-se no investimento como qualquer outro, como bem coloca Bauman, como acionistas.

Assim sendo, diante a perspectiva do hoje, encontramo-nos na sociedade do “eu quero”, “eu posso”, “eu gosto”, “eu não quero”. Com um corpo social que se entrega a paixão que é doce no principio e amargo ao final, aniquilando um principio Crístico da bondade que vem a ser amarga no começo e doce no desfecho. Os princípios éticos-religiosos no amadurecimento do humano estão sendo abandonados, uma vez que os casais vivem segregados na abundância e quando a necessidade de cumplicidade surge simplesmente a extinguem-se, que por ora, já estavam separados desde a sua formação, a luta pelo ‘nós’ é substituída pelo ‘si’ e, é fundamental ressaltar que, em muitos casos nem os filhos são incluídos nesse modelo familiar. Deste modo, sendo contrário aos ensinamentos da sagrada escritura.

Numa visão teológica e de acordo com a Bíblia, (em Gn 1. 27, 28): “criou  Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra...”, compreensão que abarca o ensinamento do primórdio familiar criado por Deus, onde ainda não havia a sociedade, leis, Igreja. Deus não apenas criando, mas também abençoando o escrito, trazendo a visão de que o casamento e todos os frutos oriundos brotaram do coração do criador. 

Juliana Soledade
Itabuna/BA,  21 de Maio de 2013

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