Questionar
os novos relacionamentos é sem dúvidas, adentrar nas organizações parentais,
que antes definida apenas com a expressão ‘família’,
hoje admitida pelo próprio Código Civil em vigor no nosso ordenamento jurídico
como um vocábulo em diferentes sentidos, apresentando tratar-se de uma palavra
plurívoca, não unívoca.
Avaliar
os processos que permeiam as organizações familiares, de modo que, torna-se
singular a aprendizagem sobre diversos conceitos em alguns dos pilares
envolvidos como os morais, psicológicos,
jurídicos, emocionais e religiosos, que é de tamanha magnitude e interessa toda
a sociedade brasileira.
Perrot
(citada em Farias, 2001, p.1) destaca “o que gostaria de conservar na família
no terceiro milênio são aspectos mais positivos: a solidariedade, fraternidade,
ajuda mútua, os laços de afeto e o amor. Belo sonho”. Refletir com o autor é
indagar até onde se compreende o individualismo no novo modelo familiar, como
podemos interpretar o ‘Belo sonho’?
Questionamento este que é necessário, baseado na análise do sujeito pós-moderno
que se dispõe com uma conveniência em tratar o seu bem-estar e felicidade como
pilares individualistas, que se torna diferente daquele que fora compreendido
como em total comunhão em tempos passados.
Segundo
Adrienne Burgess e as promessas de compromisso, escreve (citada em Bauman,
2004, p. 28), “são irrelevantes a longo prazo”. Ora, os compromissos se
tornaram viáveis até o momento onde deixará de ser ‘lucro’. O relacionamento
citado na pós-modernidade abandona-se o pilar religioso e encrua-se no
investimento como qualquer outro, como bem coloca Bauman, como acionistas.
Assim
sendo, diante a perspectiva do hoje, encontramo-nos na sociedade do “eu quero”,
“eu posso”, “eu gosto”, “eu não quero”. Com um corpo social que se entrega a
paixão que é doce no principio e amargo ao final, aniquilando um principio
Crístico da bondade que vem a ser amarga no começo e doce no desfecho. Os
princípios éticos-religiosos no amadurecimento do humano estão sendo
abandonados, uma vez que os casais vivem segregados na abundância e quando a
necessidade de cumplicidade surge simplesmente a extinguem-se, que por ora, já
estavam separados desde a sua formação, a luta pelo ‘nós’ é substituída pelo
‘si’ e, é fundamental ressaltar que, em muitos casos nem os filhos são
incluídos nesse modelo familiar. Deste modo, sendo contrário aos ensinamentos
da sagrada escritura.
Numa
visão teológica e de acordo com a Bíblia, (em Gn 1. 27, 28): “criou Deus,
pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou.
E Deus os abençoou e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra...”, compreensão que abarca o ensinamento do primórdio
familiar criado por Deus, onde ainda não havia a sociedade, leis, Igreja. Deus
não apenas criando, mas também abençoando o escrito, trazendo a visão de que o
casamento e todos os frutos oriundos brotaram do coração do criador.
Juliana Soledade
Itabuna/BA, 21 de Maio de 2013
Categorias:
Amor,
Desejo,
Divórcio,
respeito,
sociedade