Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

25 de abril de 2013

Parabéns, Vô!


Ainda não descobriram a fórmula de saltar de um dia para o outro sem ser percebido, do mesmo modo que ainda não encontraram a mágica para diminuir a saudade.

Fazem três anos que eu busco fugas nesta data, que nem mesmo a terapia foi capaz de contribuir com tanto êxito. Para mim, é humanamente impossível esquecer a data de quem eu muito amei em vida, ou fingir que nada sinto.

Em todo 25 de Abril, maquinava dias antes o que fazer: como vai ser o bolo? Que presente ele vai mais gostar? Blusas, meias, cuecas, lenços, sapato? Não. Não, isso já tinha dado em todos os aniversários anteriores. Necessitava ser algo diferente... O que pode ser diferente? A cabeça sempre voava, as idéias eram minúsculas em relação a seu merecimento. E tinha que ter surpresa, como sempre foi.
Ontem, visualizando o relógio encontrando os ponteiros e transformando o dia 24 no dia seguinte, foi doloroso. Há quem não queira reviver esse dia ao meu lado, mas apenas um desejo me cercou: ter o seu colo com aquele abraço e leves batidinhas nas costas. Sim, ainda não sou capaz de aceitar a sua partida, consigo até vislumbrar o surgimento dele com o sorriso farto adentrando a porta de casa. Loucuras a parte e sem (pré)julgamentos, ok?

Para sofrer de verdade tem que colocar aquela música que mais marcou, ler as cartas passadas, chorar (mesmo que em silêncio), relembrar alguns momentos e, cá entre nós, eu sei fazer isso como ninguém. Chegando ao trabalho, fui ler algumas coisas que já rabisquei, e por aqui compartilho.

Hoje, pouco mais de um mês em vácuos de abraços...! 
Em olhares escurecidos pela saudade. 
Em lágrimas teimosas de cascatas. 
Sinto frio, Voinho! 
O vento congela o meu sorriso. 
Como essa vida nossa é ingrata! 
Achamos , que somos donos do mundo! Acreditamos de quem amamos verdadeiramente. 
Nada disso! não somos donos nem dos nossos narizes.. 
Parece que foi ontem, , que eu era tão pequena, franzina e chorona... 
E vinhas me dar carinho e me levantar dos muitos tombos, com a simples frase: Caiu, levanta para cair de novo! 
Lembro-me das vezes em que pequena fazia brincadeiras na cadeirinha na porta de casa, ou quando corria das palmadas de Mainha e me escondia atrás de sua proteção. 
Eu me sentia protegida e feliz! 
Mas, um dia, vi que a vida não era assim tão mágica e cresci... Meu corpo espreguiçou-se e tiver que caminhar sozinha.
Fui capaz de lhe proporcionar a sensação de ter a primeira bisneta, a felicidade irradiava no nascimento dela.
E quando pensava que a morte era só falácia... Perdi seu colo! 
E como sinto esse vácuo imenso chamado saudade!
Durma bem meu querido avô!

Itabuna/BA, 25 de Julho de 2010
Faz frio e o coração só chora.





"Que é que eu vou fazer pra te esquecer
Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim 
Cada sonho teu me abraça ao acordar 
Como um anjo lindo 
Mais leve que o ar 
Tão doce de olhar 

Que nenhum adeus pode apagar...  "





"O choro? São lágrimas salgadas deste mar.
São íntimos instantes...
Instalados e transbordantes...
Experiências intransferíveis."
João Lins

Vovô, parabéns meu velhinho!

Um beijo,
Sua neta, sua Jully, por vezes trocada por Ana. 

Comentários
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''O teu prato na mesa,
nunca mais solidão,
vago feito um menino,
procurando por ti...''

Comparto de sua solidão: Con-sola-ção

Well

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