Certa vez fui embalada pela música
do Olodum, apurando bem os ouvidos percebi que não era a banda em si, mas sim uma
voz encantadora que acabou me transportando de ambiente, fazendo ir além. A voz
acariciava minha alma.
Tempo depois, o cantor do Olodum
viera a formar sua própria banda, com características próprias e desenhos únicos.
O cantor tem uma licença poética, um gingado especifico, energia, doçura e luz,
Jauperi tem ouro em suas cordas vocais, carrega o sagrado em si.
Com tamanha irreverência,
sensatez e simpatia, hoje ele consegue arrancar milhões suspiros com suas
letras belíssimas e em seus shows transbordam uma energia tremenda, Jau sabe
levar alegria, sorrisos, beijos, abraços e carinho para o público. Jau é riso
fácil. Contudo, não apenas a figura pública é essa docilidade, toda a equipe, envolvendo
os músicos e produtores são pessoas finas, dinâmicas e alegres.
Faz muito tempo que o acompanho, estreitamos
o laço de carinho e faz muito tempo que sou cercada de abraços por eles, seja onde for.
Mês passado recebo o pedido de
levar uma princesa de 12 anos ao show dele. Entre uma mensagem e outra, o
produtor se dispõe na maior delicadeza a permitir o acesso da mocinha ao
artista.
Já no ambiente
do show, o coração da pequena estava disparado, com o sorriso que não saía do
rosto, e uma vontade gigantesca de ir o quanto antes ao encontro do ídolo.
Sendo
avistada pelo produtor, o sinal foi um sorriso bacana (o apelido não nega a
origem), um abraço apertado e então todas as portas se abriram para mim, minha
amiga e a pequena que aguardava ansiosa o momento de ser acolhida por Jauperi.
Ele
nos aguardava sereno e tranqüilo, que a me ver, liberou um pedido em silêncio,
com o riso fácil e os braços estendidos a fim de sermos refugiados dentro do nosso
querer-bem.
Bestificada
pela cena de permanecer diante Jau, a menina mal conseguiu proferir qualquer
palavra, apenas se entregou a gentileza e amabilidade que a envolvia naquela
energia. Foi mágico e satisfatório de minha parte poder proporcionar um momento
que ficará registrado em sua condição de vida.
Ela
já cativada com o momento anterior, permitiu que a música encantasse, que os
pés pulassem, a que voz desembrulhasse todos as sensações que ainda estavam
sossegadas no íntimo.
Na cabecinha da pequena as
lembranças da noite que se foi são as melhores. E o carinho segue!