Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

26 de março de 2013

Plié, Demi-plié, Derriére, Developpé ...


Eu quando criança sonhava em ser bailarina, me via em sapatilhas, meias rosinhas, coque no cabelo e aquela saia rodada. O fato é que a nossa condição financeira não permitia que esse sonho viesse a ser realizado. Lembro que na época (não faz tanto tempo assim!), o custo era alto, esse esporte feminino cercava apenas a classe mais favorável. E assim sendo, se tornava um luxo quem poderia fazer.

Recordo-me de milhões de promessas feitas a mim por minha genitora para dançar, só que no ano em que obtive essa decisão positiva, o grande bailarino viera a abandonar esse plano  e aquela academia de dança na Av. Nações Unidas, assim como os planos que eram feitos a mim partiram junto com ele.

Enquanto isso, estudava na AFI  tinha várias colegas que faziam na renomada Tchu e Cia. Lembro-me de Samilly, Cely e Natália, se produziam tão lindamente que eu ficava a admirar a beleza de ser bailarina. Como lá em casa não haviam ‘birras’ nem revoltas, quando não podia, respeitávamos. Não podia e pronto, mesmo com as sapatilhas de ponta rodeando os meus sonhos.

De tanto sonhar capotei no sonho vindo a ‘me realizar’ depois de passado o processo de meninice, dancei durante um período e parei por aí. As inúmeras atividades profissionais e acadêmicas falaram mais alto e o projeto bailarina foi abandonado.

Entre as colegas, duas delas: Samilly e Natália se tornaram proprietárias de academias de dança, fazem o que amam, com entusiasmo e tenacidade. Admiro muito todo o empenho de ambas.

Ser mãe de menina me colocou na condição de realizar um sonho (Ok, a terapia explica que não podemos fazer isso), mas a alegria em questão é saber do quão dedicada sua filha se impõe dentro de toda indumentária.

Chorei, vibrei, vieram sorrisos e satisfação ao vê-la dançando lindamente e sem se importar com uma platéia enorme em seu primeiro festival. Uma postura impecável, os passos bem treinados, ela com um contentamento radiante e eu como a mãe mais abobada que pudesse existir naquele Centro de Cultura.

Ainda hoje, intercalando as atividades profissionais com o facebook aberto, recebo algumas informações do desenvolvimento da pequena que se divide em aulas de Balé clássico, sapateado e com o olhar insistente no Jazz.

As noticias são as melhores, uma criança de seis anos que frequenta todos os dias o estúdio de dança, tenta sapatear escondida em casa com aquele sapato do barulho agradável, super dedicada, aplicada em suas aulas, com um desenvolvimento surpreendente e um senso de humor que todos elogiam. Professora contente com o progresso da pequena e já pensando em adiantar de turma.

Falando em professora, ela é Natália, foi colega na escola, bailarina desde a barriga da mãe, com um talento belíssimo e muita garra para também realizar os seus sonhos e de outras tantas meninas e meninos que compartilham no mesmo estúdio.

Mariazinha como é chamada por lá, é muito feliz com tanto carinho que recebe dos colegas, das professoras e da família Azevedo, como mãe agradeço eternamente.

Eu tenho a discordar da terapia quando diz que não podemos realizar os sonhos em nossos filhos. Ela faz o que ama, eu a deixo fazer o que amamos.  

Em questão, o estúdio de dança Natália Azevedo se encontra ao lado do Hospital Manoel Novaes, o telefone é (73)3613-7274

Tenho dito, tem coisas que devem ser registradas!

Juliana Soledade

Comentários
3 Comentários

3 comentários:

juh q lindo!!! me emocionei muito!! vivi um filme agora, desde a AFI ate hj ! Mariazinha eh nossa princesa nos a amamos muito!! Tao esperta, tao danada, tao... tao Mariazinha, tao unica! obrigada juh por todo carinho e confiança! :)

Esta crônica e esta idéia de se realizar nos gestos e passos do filho, me fez pensar no belíssimo poema de Borges que aqui lhe oferto. Bj.

Well


http://www.buk.xpg.com.br/textos/jlbgift.htm

PEÇO DESCULPAS PELA PARTE QUE ME TOCA, POIS REALMENTE NAQUELA ÉPOCA ERA DIFICIL MAIS HJ DEVEMOS SIM RECUPERAR O QUE FOI PERDIDO, LEMBRAR O QUE FOI ESQUECIDO E VIVER O QUE NOS É PERMITO, PARABENS PELO TEXTO , GARRA E PELA SABEDORIA

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