Dias grandes passaram com
cumplicidade e carinho, junto o corpo exaurido de bons momentos, o cansaço veio
à tona. A jovem então decidiu repousar, depois de um dia cheio de trabalho,
estudo e boas lembranças.
Os lençóis deliciosamente macios forravam
a cama de casal, os travesseiros de pena de ganso arrumados, um perfume de
âmbar exalava naquele cômodo. Ela, após um banho frio como era de costume,
vestiu-se com a mais confortável roupa de dormir e lançou-se na cama.
Seguindo um ritual de anos, se
pôs em oração e, em seu leito acariciou o peito, como maneira de acalentar seu
coração que mesmo dentro de um grande caos consegue encontrar fugas de serenidade.
O sono surgiu, não medindo esforços, permitiu que a moça se desligasse deste
mundo profano e viajasse em terras tranquilas e serenas.
Crédito da imagem: www.maykolnack.com.br |
Ao levantar o olhar, encontrou um
jovem sorrindo, com as mãos nos bolsos, blusa clara, descalço. A vida se perdeu
no sinal que indicava novos dias de alegrias. Eles, parados frente a frente
inundavam-se com a expressão de simpatia.
O sonho foi levado pelas ondas,
os olhos abriram e o processo de reconhecimento do cenário foi iniciado.
Não encontrou o amado ao lado, no
entanto idealizava que ele se encontrava em outro cômodo, também sem entender o
motivo da saída. Identificou o guarda-roupa com portas de correr, viu a porta
entreaberta, sentou-se na cama, acendeu a luz e a tristeza se fez presente no
rosto. Não, ela não estava na casa do amado, o corpo não se transportou...
... A viagem foi de alma.
Juliana Soledade
Itabuna, 05 de Março de 2013
Juliana Soledade
Itabuna, 05 de Março de 2013