Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

5 de março de 2013

Passeando em contos 1


Dias grandes passaram com cumplicidade e carinho, junto o corpo exaurido de bons momentos, o cansaço veio à tona. A jovem então decidiu repousar, depois de um dia cheio de trabalho, estudo e boas lembranças.

Os lençóis deliciosamente macios forravam a cama de casal, os travesseiros de pena de ganso arrumados, um perfume de âmbar exalava naquele cômodo. Ela, após um banho frio como era de costume, vestiu-se com a mais confortável roupa de dormir e lançou-se na cama.

Seguindo um ritual de anos, se pôs em oração e, em seu leito acariciou o peito, como maneira de acalentar seu coração que mesmo dentro de um grande caos consegue encontrar fugas de serenidade. O sono surgiu, não medindo esforços, permitiu que a moça se desligasse deste mundo profano e viajasse em terras tranquilas e serenas.

Crédito da imagem: www.maykolnack.com.br
Nuvens, mar e um céu azul coloriam o turvo que se encontrava aquela vida. Com uma paisagem exuberante ela caminhava e marcas dos seus pés desenhavam a areia naquela praia, as ondas frias de águas claras apagavam o signo deixado por ela. Um longo caminho foi percorrido, mesmo com inúmeros viventes naquele ambiente, ela não os notava, ignorava qualquer tentativa de dispersão dos seus pensamentos.

Ao levantar o olhar, encontrou um jovem sorrindo, com as mãos nos bolsos, blusa clara, descalço. A vida se perdeu no sinal que indicava novos dias de alegrias. Eles, parados frente a frente inundavam-se com a expressão de simpatia.

O sonho foi levado pelas ondas, os olhos abriram e o processo de reconhecimento do cenário foi iniciado.

Não encontrou o amado ao lado, no entanto idealizava que ele se encontrava em outro cômodo, também sem entender o motivo da saída. Identificou o guarda-roupa com portas de correr, viu a porta entreaberta, sentou-se na cama, acendeu a luz e a tristeza se fez presente no rosto. Não, ela não estava na casa do amado, o corpo não se transportou...
                                    
                                    ... A viagem foi de alma.


Juliana Soledade
Itabuna, 05 de Março de 2013  

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Lindo texto, Ju.
A viagem da alma um dia será a do corpo.

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