Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

25 de janeiro de 2013

Não sou vadia! Parte 2


Começou pelo desabafo postado aqui neste blog, em seguida pedidos de autorização para ser publicado em tantos outros sites. Senti uma agulhada por não me sentir integrante de um movimento de defesa contra mulheres, abusos e violências, que hoje é tão presente em nossa sociedade.
E esse desabafo rendeu! Gerou vários debates, tanto virtuais quanto presenciais.   Uma opinião que eu pensava ser tão minha, mas na verdade são de muitos. Percebi a quantidade absurda de homens e mulheres que anseiam por um nome melhor para que então possam se juntar e somar ao coro,
Mas um título muito infeliz para carregar um movimento em tese tão importante, inúmeros homens e mulheres que por vezes se sentem de mãos atadas.
Ok. Ok, provocar, ressignificar, dar outra interpretação ao nome VADIA, tentei compreender, assimilar, mesmo assim não consigo ofertar outra atribuição diferente do que muitos conhecem a cerca desta palavra.
Sobre o dar outro significado ao termo vadia com a grande bandeira das mulheres o considero de fato não só um desperdício, mas também de tempo e energia. Não quero resignificar o termo "mulato" ou "moreninho", quero que ele não seja usado contra mim e nem quero ser olhado com olhos diferentes e discriminado por meu tom de pele. O movimento gasta força nisso e deixa de enfrentar o governo que pode tomar as medidas concretas para melhora a vidas das mulheres. Ele aponta para todos e ninguém com seus cartazes "meu corpo, minhas regras" e não aponta para Dilma e os demais governantes, porque ele vê o mundo a partir dos olhos da classe média, a classe baixa, fica de fora.
Durante um debate, a coordenadora do movimento citou a etimologia da palavra, que por ela afirmou ter um significado de valente, guerreiro. Em minhas pesquisas não encontrei nada semelhante. O que me surgiu é uma palavra que vem do latim VAGATIVUS: “o que anda sem destino”, também de VAGARE, “andar sem propósito, sem destino”.  Logo, o emprego pejorativo da palavra de origem é um tanto quanto obvio e eu volto a discordar do discurso feminista.
Percebo que no fundo, o nome, um titulo ou uma marca, é muito mais do que uma palavra que define alguma coisa. O nome é tudo, é marketing, é força, é rótulo, tem um significado, tem uma qualificação, uma reputação, com isso, somos atraídos ou não. E por este nome que provem derivação inqualificável para um movimento.
Eu insisto em ser contra este nome esdrúxulo, mas afirmo que toda e qualquer forma de violência DEVE SER COMBATIDA. Não apenas entre mulheres, mas nas crianças que não consegue se defender, nos idosos que são jogados como lixo em asilos, com homens, com deficientes e tantos outros que são vítimas de uma sociedade cruel.
Quanto a lutar contra o machismo? Isso meus caros, é indispensável!
TODA VADIA É MULHER, MAS NEM TODA MULHER É VADIA! Vale lembrar!
Publicação anterior: Não sou vadia!
Juliana Soledade

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