Diante a nossa limitada
liberdade, o descaso da segurança publica e uma série de fatores que contribuem
para nós, cidadãos, estarmos cada vez mais trancafiados em nossos recintos.
Desde muito tempo reclamo
desta violência desmedida em que vivemos: homicídio atrás de homicídio,
assaltos em massa, abusos de poder (daqueles que não tem poder), e uma
sociedade cada vez mais medrosa, seja com novos atos dos bandidos, seja com as
práticas miseráveis, assombrando e entristecendo, nós, cidadãos de bem.
Dias atrás, retornava da faculdade, em um dia raro em que
vou de moto, por ser um veiculo de rápida condução, ao parar no semáforo, outra
moto parou ao lado, e sem pestanejar, bravamente ordenou: - Passa a bolsa
patroa, eu estou armado! Eu mais brava ainda e com a sensação de invasão,
passei o sinal vermelho, segui cortando os veículos que estavam à frente,
sabendo da presença do meliante ao fundo e tendo a falsa certeza que receberia o
tiro nas costas, acelerei ainda mais ultrapassando outro sinal vermelho, e
invadindo a contramão. Busquei guarita em um posto de gasolina 24 horas, onde
permaneci e só saí com uma escolta de amigos até em casa.
Não estou vangloriando minha
atitude, foi um erro! Poderia ter acontecido uma série de coisas, desde cair da
moto a ser presenteada com o tal tiro. Assim que cheguei à minha casa fui
recebida com beijos e abraços de minha filha, aqueles poderiam não existir
mais.
Eu sempre falei: Em uma situação
de assalto, eu passo tudo, até o que eu não tenho. Mas nós seres humanos, somos
egoístas, com aquilo que é nosso por direito, e no impulso bloqueamos esse ato
que antes pensado, mas no momento é de completo impulso onde tomamos as mais
violentas atitudes.
A violência cresce e somos
coagidos, constrangidos, e estamos cada dia mais amedrontados com toda essa
falta de segurança.
Por não há nada a fazer,
resta-me lamentar.